A presunção do homem
Uma das maiores causas do sofrimento do homem é a sua presunção, que significa ideia que se tem por antecipação. Opinião muito boa que alguém tem sobre si mesmo; arrogância. Demonstração dessa opinião em público; altivez, vaidade e ostentação. A pessoa presunçosa acha que, se as coisas acontecerem de acordo com sua expectativa, terá sorte. A vida tem que sempre concordar com o ser humano presunçoso e que as situações mundanas sempre estejam de acordo com sua vontade.
Diante disso, quando a pessoa com sensação errônea de superioridade se sente prejudicada em alguma atividade, quando suas expectativas são contrariadas, costuma acreditar que os fatos aleatórios do dia a dia geraram infortúnios à sua existência. Será verdade?
O ser humano extremamente vaidoso (cheio de si) acha que para continuar vivo vale a pena qualquer coisa. Até prejudicar as pessoas, custe o que custar. Visão comportamental egocêntrica. A vida só acontece de uma maneira.
O homem petulante faz questão de não ver essa realidade e por isso está sempre sofrendo em vão, quando, por exemplo, pensa que aquilo que deseja e não aconteceu teria sido o melhor. Pois é, se não aconteceu, como pode saber se poderia ter sido o melhor? Não tem sentido pensar mal do passado.
O pior é que criamos expectativas sobre divagações que idealizamos que aconteça do jeito em que sonhamos ou pensamos. Imaginamos: espero que dê tudo certo, esperando que aconteça do jeito que desejamos. Nem sempre o que queremos é o certo.
Uma outra maneira de demonstração da presunção é o que acontece e não me agrada, logo é “injusto” – só mereço o que me agrada. O interessante é que isso é uma conduta pretensiosa de pessoas mimadas com baixa resistência a frustração, já que as coisas não são nem boas nem ruins, mas é o rótulo que é colocado, de acordo com a determinada expectativa egocêntrica, acaba cometendo essa rotulação com distorção cognitiva.
Nisso, acostumamos entender que, quando as coisas acontecem conforme esperamos, está tudo natural; caso as coisas não aconteçam do nosso jeito, pensamos que algo está estranho, fora do comum. A naturalidade das coisas inclui tudo aquilo que julgamos bem e julgamos mal. A vida acontece independentemente do nosso julgamento muitas vezes enviesado.
Por isso, o saudável é ser exatamente como é. Se eu, por acaso passar a ser como você, já não serei mais eu; e vice-versa.
No caminho do perdão, deixamos de condenar os atos das pessoas. Deixamos de nos colocar como superiores ou inferiores, enfim, como seres especiais.
Poderíamos lembrar no dia a dia de que nenhum de nós está, na realidade, contra ou a favor de ninguém. Estamos quase sempre visando nosso bem-estar, nossa conveniência, mas sempre de acordo com nossas necessidades, às vezes bem egocêntricas. A pessoa com saúde integral, ou seja, com equilíbrio físico, espiritual e mental não age mais com petulância escrachada na labuta diária da vida humana.
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