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Solidão

Pessoas solitárias criam relacionamentos frios e muitas vezes, destrutivos. Muitas pessoas têm a ilusão de que vão ter saúde mental e estar emocionalmente bem, imersas na solidão. É um perigo, a solidão pode até matar. O perigo é não perceber a armadilha que criam para si mesmos quando aceitam a solidão. Induzem o cérebro com a situação parecida com a fisiologia de uma pessoa com fome.

É uma analogia à situação de fome, mas nos perguntamos, a possibilidade de a pessoa ter esse domínio de parar de comer, mesmo com a possibilidade de morrer. É um grande domínio sobre o corpo e sobre a vontade. Mas temos estágios: 1- fase: sentimos fome extrema e dores por todo corpo, principalmente no abdômen. 2-fase: o organismo se adapta a dor e a fome. Se torna indiferente ao alimento. 3 -fase: começa a ter rejeição do alimento. Pois o organismo não tem mais condições de digeri-lo. Para a recuperação dessa pessoa, vai ter que ser aos poucos a ingestão de soro, alimentação leve e assim por diante. Para aos poucos o corpo processar a comida.

Em nossa vida afetiva acontece a mesma coisa. Vamos nos acostumando com a solidão e construímos muros e justificativas para evitar se relacionar. Ficamos indiferentes, precisa estar solitário; o intocável, a personalidade que afasta e rejeita qualquer um que queira se aproximar dele.

Pessoas com perfil insaciável, aceitam qualquer tipo de convite, seja na vida afetiva, social ou profissional. Geralmente, carecem de atenção, mesmo que por pouco tempo.

Já os indiferentes são pessoas que pararam de sentir fome de afeto e organizaram a vida de uma maneira que preferem ficar sozinhas. Tem o seu escritório todo construído para não precisar de ninguém. Adoram andar e viajar sozinhos. Será que você está se tornando indiferente?

O intocável, ou o porco espinho - representa a pessoa que afasta todos os que se aproximam dela. Apesar de precisar de amor, rejeita quem se aproxima. Trata tudo e a todos com desconfiança excessiva, a ponto de não querer gerar nenhum vínculo. Por já ter experienciado muitas decepções, acredita, de forma inconsciente ou consciente, que será traído ao se relacionar, ou que nada dará certo. Será que você se tornou um intocável?

As pessoas estão substituindo muitas coisas: vitaminas em vez de alimentos, profissionais de sexo em vez de amor; redes sociais em vez de amizades. Mas quem precisa de amor não deve buscar substituto. Amor é amor. Se voltar no tempo de sua infância e recordar, vai lembrar que alguns pais substituíram o amor por presentes, comidas, brinquedos ou mesmo dinheiro. E, por isso, até hoje você busca substitutos.

Pessoas intocáveis procuram substitutos para o amor, geralmente vivem caçando defeitos em todo mundo. Acontece de encontrar alguém, começa a sair, gosta, mas em pouco tempo começa a achar defeitos, criticar o outro, arrumar um jeito de brigar, criar conflito, se decepcionar e ficar solitário novamente.

Está formado o ciclo de falta de amor: quando você escolhe o isolamento, cria um processo mental destrutivo. Acredita que o melhor de ser rejeitado é sair rejeitando todos que se aproximam ou tentam se relacionar com você. O problema é que vai colocando obstáculos e não dá espaço para gerar vínculos afetivos. Ou seja, desvia, evita contato, carinho e o amor. Sua parte saudável quer viver um grande amor, mas sua personalidade traumatizada quer a todo custo evitar voltar a sofrer a dor da separação.

O mais inteligente é parar de encontrar defeitos nos outros e aprender a compartilhar o amor que existe dentro de você. Lembrar que todos nós temos inteligência afetiva. Estar conectado conosco, com o outro e com o grupo. Perceba que o amor quando guardado escondido se decompõe. Ignorar o poder de sua inteligência afetiva é como ter uma venda sobre os olhos e tomar decisões erradas, por não enxergar o outro e a si mesmo.

Bibliografia: Shinyashiki, Roberto. Inteligência afetiva: o carinho é essencial.

– São Paulo: Editora Gente, 2023.

Filmografia: Às Vezes Quero Sumir (2024).

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