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Há dois anos a colunista do Jornal Cabeço Negro, Damaris Badalotti, escreveu em sua coluna sobre uma crise mundial de ovos. Hoje a crise é da falta de dinheiro para comprar ovos que tiverem seus preços aumentados inúmeras vezes. Leia o texto abaixo e analise se não está super atual.
“Justamente o ovo que sempre integrou o prato dos brasileiros como uma segunda opção, quando o problema é com a carne. Ou mesmo, é o ovo que incrementa qualquer prato e faz parte de inúmeras receitas. Quando vi a notícia, logo no primeiro horário da manhã, fui à geladeira para fazer o ovo costumeiro, e lá estava, ou melhor, não estava a caixa de ovos. Tinha acabado de ler a saga, e já estava sofrendo com a escassez na minha própria geladeira?
Afinal, quem mexeu nos meus ovos?
A tal globalização promove muita bagunça no bolso. Nos Estados Unidos a falta de ovos se deu por um surto de gripe que acometeu o galinheiro, o mesmo aconteceu no Japão. Já na Europa, a culpada foi a guerra da Ucrânia que gerou a falta de energia elétrica e elevou os preços do milho utilizado nas rações. Na Nova Zelândia o problema foi outro.
Os avicultores agora terão de criar as galinhas soltas, como o nono e a nona faziam antigamente. Mas a liberdade é cara. Diminuição de produto ou elevação no custo, automaticamente sobra para o nosso bolso.
E como imaginar que a galinha fica com gripe? Ou que a galinha na gaiola ou solta pode gerar um drama?
Mas, estamos no Brasil.
“Temos que cuidar, pois daqui há pouco a história do ovo vira em pizza, aliás pizza sem ovo, para mim nem é pizza!”
Segundo o IOB – Instituto Ovo Brasil, - acreditem, temos um instituto que cuida dos nossos ovos – no Brasil nunca foi registrado casos de gripe aviária e mesmo assim investe-se na manutenção das barreiras sanitárias para impedir a entrada do vírus por aqui.
Ufa, que sorte ter um instituto cuidando de nossos ovos. Aliás, apóio mais o IOB que o tal Conselho de Participação Social criado nesta semana pela Presidência da República.
Tempos modernos, doenças modernas. Os animais estão sendo tratados de maneira errônea, estão tendo doenças de gente e a gente está tendo doenças de bicho. Essa humanização do bicho está errada, mas isso é tema para outra conversa afiada.
A modernização e a especialização de áreas têm provocado uma algazarra no mundo.
Era muito mais fácil ir lá no galinheiro da nona, correr atrás das galinhas e depois olhar o ninho e pegar o ovo fresquinho. Novas técnicas, novos problemas. O mundo anda mesmo complicado! Estamos desgastados e vivendo sem sentir o melhor que o mundo pode oferecer: a simples busca de um ovo no galinheiro.
Tantas exigências. Antes era só colocar a galinha no pátio e agora é preciso: declaração do médico veterinário como responsável pelo estabelecimento avícola; a planta baixa das instalações; o documento comprobatório da qualidade microbiológica da água; um cadastro no órgão estadual de defesa sanitária animal e no SIM – Serviço de Inspeção Municipal; além dos alvarás contumazes.
O avanço é bom, amo o progresso, mas também amo chegar na casa da tia, deixar minha filha tratar as galinhas e sair de lá com uma dúzia de ovos. Está na hora de dispensarmos um pouco de amor para as poedeiras e não só para cães e gatos, já que as penosas garantem nossa refeição de qualidade. Lembrem-se de que depois do leite materno, o ovo é o alimento mais completo e saudável.
Que bom que ainda tenho alguma vantagem em morar em uma pequena cidade com costumes antigos, pois ainda não mexeram nos meus ovos. Mas, estou atenta e essa conversa vem de alerta: cuidem dos ovos!
Caro leitor, a diferença da análise feita em 2023 pela Dra. Damaris, para os tempos atuais, é que a crise dos ovos não é por falta de produção ou por doenças e sim pelo despreparo e desrespeito do Governo Federal para como o povo brasileiro.
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