Motorista morre após colisão entre caminhão e caminhonete na BR-282 em Xaxim

O encerramento de um ciclo cronológico não é apenas uma formalidade do calendário; é um rito de passagem que impõe ao homem de princípios uma tarefa de rigor intelectual e moral. No Jornal Parole, compreendemos que o Natal e a chegada de um novo ano não são meras datas de interrupção laboral ou celebração estética. Eles representam as fronteiras onde a tradição se encontra com o futuro, exigindo de cada um de nós uma postura de integridade, coragem e, acima de tudo, uma visão clara sobre o papel do indivíduo na preservação da civilização. Em um mundo que tenta, com vigor crescente, desconstruir as bases do Ocidente, o tempo de repensar e o tempo de agir tornam-se imperativos de sobrevivência cultural.
A verdadeira beleza deste período reside naquilo que é imutável. Enquanto a modernidade se perde em um frenesi de novidades ideológicas e relativismos de ocasião, o conservadorismo encontra sua âncora na perenidade. O Natal é o fundamento dessa estabilidade. Ao celebrarmos o advento cristão, não estamos apenas recordando um evento histórico, mas reafirmando que o mundo possui uma ordem transcendente. Essa ordem precede o Estado, as burocracias e os tribunais. Reconhecer o nascimento de Cristo é admitir que a dignidade humana não é uma concessão de governantes, mas um direito inerente, o que confere ao indivíduo uma soberania de consciência que nenhum poder terreno tem o direito legítimo de violar.
A liberdade de pensamento e a liberdade de expressão, princípios que sustentam a linha editorial deste jornal, não são conceitos abstratos, mas ferramentas de busca pela verdade. Por isso, repensar o ano que finda exige uma análise sem filtros. Vivemos tempos em que a interpretação da lei, muitas vezes, parece descolada de sua letra fria e objetiva. O "direito" tornou-se um campo de manobras narrativas. Neste cenário, o repensar conservador deve ser um exercício de resistência. É necessário questionar: em que momentos permitimos que o medo do cancelamento ou a pressão do politicamente correto silenciassem nossas convicções? Onde a prudência se transformou em omissão? O tempo de repensar que as festas proporcionam deve servir para recalibrar nossa bússola moral, garantindo que não aceitemos a "paz" imposta pela censura, mas que busquemos a ordem que nasce da justiça e da verdade.
Entretanto, o pensamento, por mais profundo que seja, torna-se estéril se não for o combustível para a ação. O conservadorismo não é um movimento contemplativo de museu, nem um apego nostálgico a um passado idealizado; é a força viva que atua para conservar o que é bom e reformar o que é necessário. O agir que propomos para o ciclo que se inicia é um agir fundamentado na coragem legalista. Vivemos sob o império das leis vigentes, e é dentro do estrito cumprimento delas que devemos travar a batalha das ideias. Não buscamos rupturas, mas o restabelecimento da lógica: a lei deve ser o escudo do cidadão contra os abusos, e não uma arma de perseguição contra quem ousa divergir.
Agir no próximo ano significa, primordialmente, fortalecer as instituições que o Estado não pode e não deve substituir: a família e a propriedade privada. A família é a primeira e mais importante escola de liberdade; é ali que o caráter é moldado e onde as tradições são transmitidas. Defender a família contra as tentativas de engenharia social é o ato político mais relevante do nosso tempo. Paralelamente, agir significa valorizar a livre iniciativa. O empreendedor, o produtor rural e o profissional liberal são os verdadeiros motores da prosperidade. Enquanto o coletivismo tenta nivelar a sociedade por baixo, através de uma dependência estatal asfixiante, o agir conservador promove a meritocracia e a responsabilidade individual.
A beleza do "tempo de agir" reside na retomada do protagonismo do cidadão comum. Não podemos mais delegar o futuro da nação a lideranças messiânicas ou aguardar soluções mágicas vindas das capitais burocráticas. A verdadeira transformação ocorre na base. O agir é educar os filhos com valores sólidos, é participar da vida comunitária, é apoiar a imprensa livre e independente, e é não recuar um centímetro sequer na defesa das liberdades fundamentais. É entender que a liberdade de expressão é a última linha de defesa de uma sociedade livre; uma vez rompida, todas as outras liberdades caem por terra.
No Jornal Parole, reafirmamos nosso compromisso de ser o fórum dessa resistência intelectual. Nossa opinião é forte porque é baseada em princípios que resistiram ao teste do tempo. Não nos curvamos a modismos e não interpretamos a lei ao sabor das conveniências do poder. Acreditamos que a beleza deste final de ano está na esperança ativa. A esperança não como uma espera passiva, mas como a certeza de que o trabalho duro, a retidão moral e a fidelidade aos valores cristãos e ocidentais produzirão frutos.
Ao brindarmos o Ano Novo, façamos isso com a gravidade de quem compreende o peso da herança que carrega e a importância da missão que tem pela frente. Que o espírito do Natal ilumine a razão, dissipando as sombras da desinformação e do medo. Que a transição para 2026 não seja apenas uma mudança de data, mas um despertar de atitudes. Que cada leitor deste jornal se torne um agente de preservação e construção. O tempo de repensar nos deu a clareza; o tempo de agir nos dará a vitória sobre o retrocesso. Que a liberdade, sob o amparo da lei e a proteção de Deus, seja a nossa maior conquista. O Brasil precisa de homens e mulheres que ajam com firmeza, pois a história é escrita por aqueles que não se calam e que, diante do caos, escolhem a ordem, a família e a liberdade.
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