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Um péssimo negócio

Você já fez um péssimo negócio? Já sentiu aquele “ardor” de impotência diante de uma situação difícil? E o pior de tudo ter que deixar assim mesmo e se conformar? Você não está sozinho. Muitas pessoas passam por isso todos os dias. Um ascurrense conhecido por Toni já passou por uma situação destas.

O personagem da história voltava do trabalho pela BR 470 com um colega. Dirigia calmamente seu Gol chaleira naquela noite tenebrosa. Ao longe avistou o que parecia ser um casal montado em uma bicicleta no lado da pista. “Suspeitou desde o princípio” que eles intencionavam cruzar a rodovia. Diminui a marcha temendo o pior.

Suspeitas confirmadas. Aquele homem com a esposa no bagageiro, quase provoca uma grande tragédia. O ciclista cruzou irresponsavelmente a pista e Toni fez todas as manobras possíveis e impossíveis, mas não evitou um amasso na porta e um voo rasante da bicicleta. Aiiiiiii! Ouviu-se no capim do lado da pista. Imediatamente Toni e seu colega prestaram socorro às vítimas. Felizmente nada de grave havia acontecido. Uma bicicleta voadora parcialmente destruída e alguns arranhões na mulher.

Levados até uma borracharia para discussão do prejuízo, Toni pode perceber que se tratava de um casal humilde. Sabia também que isso não os isentava da responsabilidade de pagar a porta amassada do seu carro. Perguntou, embora já soubesse a resposta, se eles pagariam imediatamente o prejuízo. “Não senhor. Não tenho dinheiro nem aqui e nem em casa” Então Toni quis saber qual era a profissão dele. Talvez pudesse falar com o patrão. Nova decepção. “Sou vendedor de tangerina no lado da BR”, respondeu o homem.

O interrogatório continuou e Toni chegou à conclusão que teria que pagar o prejuízo do próprio bolso. Aquele casal não tinha onde cair morto. O colega do ascurrense fez mais uma tentativa: “E a bicicleta é sua? Vamos levar como parte do pagamento”. Nova decepção. Aquele monte de ferros retorcidos era do vizinho também pobre.

Quando Toni já se preparava para ligar o carro e ir embora, ocorreu-lhe uma ideia: “Onde o senhor vende tangerina?” O casal concordou em fornecer um saquinho de tangerina por semana como forma de pagamento. Então o ascurrense quis saber onde ficava sua casa e passaria lá. Pediu também o nome dele e da esposa.

Passados alguns dias Toni ainda inconformado com o prejuízo e vai até a casa do casal. Percebeu que a mulher não tinha qualquer higiene nas suas coisas. Verificou também que ela não tomava banho, não lavava as louças e metia as mãos sujas na comida que fazia. Quando a conversa iniciou, a mulher ofereceu uma xícara de café para o ascurrense. Sem ter como negar, e temendo pelo insucesso da conversa, a oferta foi aceita.

A mulher encheu a xícara de café, meteu os dedos para tirar a nata do leite e enxugou as mãos no vestido encardido. O ascurrense quase vomitou, mas pegou a xícara pelo cabo. Para sua alegria verificou que um canto do recipiente estava quebrado.

Resolveu tomar o café colocando os lábios justamente no lado quebrado da xícara achando que a boca daquela mulher suja não teria tocado lá. Naquele momento, sendo observado pelo casal, a mulher surpresa faz o seguinte comentário. “Olha que interessante! Você toma café como eu! Pelo lado quebrado da xícara!

O ascurrense tomou todo o café e tentou mais uma vez cobrar a conta. Não havia nada para levar naquela casa. Se tivesse algo para levar certamente gastaria mais em sabão do que o custo para reparar o veículo.

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