Ascurra: Audiência Pública Discute Impacto de Nova Linha de Distribuição e Subestação da Celesc

Os bombeiros certamente são uma das instituições mais respeitadas pela população. Quando falamos de bombeiros voluntários então esse respeito sobe mais ainda. Vamos contar a história dos Bombeiros Voluntários da União. São chamados assim pois atendem três cidades do médio Vale do Itajaí: Apiúna, Ascurra e Rodeio. A sede principal fica em Ascurra e seus componentes são pessoas comuns que dedicam um período de suas vidas para salvar pessoas.
Mas como surgiu a ideia da criação de uma corporação de bombeiros em Ascurra? Tudo começa com o fisioterapeuta Jaime Junior Moser. Em dia qualquer de janeiro do ano de 2001, Júnior estava trabalhando em sua clínica que ficava ao lado da Prefeitura Municipal de Ascurra. Em determinado momento entra Saulo Luiz Andreani que era motorista da ambulância da prefeitura. Saulo informa que houve um acidente grave em Rodeio e estava indo até lá prestar auxílio. Pediu se Junior, que era também secretário da saúde, gostaria de acompanhá-lo e ajudar também. Prontamente o convite foi aceito e ambos foram até o local do acidente.
Chegando lá, Junior viu que as vítimas já estavam sendo atendidas pelos bombeiros voluntários de Indaial. O local onde ocorreu o grave acidente fica próximo da divisa com Ascurra. Um trecho perigoso que vai até Apiúna e onde ocorreram muitos acidentes. Vendo o brilhante trabalho dos bombeiros voluntários de Indaial, nasceu em Junior o desejo de criar uma corporação igual em Ascurra. Imaginou que muitas vidas poderiam ser salvas se o atendimento fosse mais rápido.
A partir dali Junior fez visitas ao plantão da corporação em Indaial para entender como funcionavam os atendimentos. Os bombeiros de Joinville também foram visitados por Junior já que o jovem fazia uma pós-graduação naquela cidade. Com conhecimento adquirido e a determinação que ele tinha, o próximo passo agora era para a parte mais difícil: Encontrar pessoas que tivessem o mesmo desejo, obter recursos e um local para a sede.
Na época, Leandro Enrique Dalfovo Moser, o Ico, ficou sabendo do desejo do amigo Junior. Então apresentou a ele Luiz Osvaldo Urbano que, segundo Ico, poderia ajudar na criação da corporação. A reunião ocorreu em uma padaria da cidade e o desafio foi aceito por Luiz. A partir dali ambos procuraram o Rotary Clube de Ascurra solicitando apoio ao ambicioso projeto.
O Rotary então marcou uma reunião na data de 27 de março de 2001 onde participaram lideranças da comunidade, prefeituras das três cidades e também o senador Henrique Loyola. Este era presidente das associações de bombeiros voluntários de Santa Catarina.

Mesmo sem uma sede, em 05 de maio do mesmo ano, tivemos a primeira turma de voluntários sendo treinada. Foram trinta e cinco alunos no espaço da Escola de Educação Básico Domingos Sávio. As aulas eram ministradas pelos Bombeiros Voluntários de Indaial.

O ambicioso e importante projeto caminhava em passos largos. No dia primeiro de dezembro de 2001 aconteceu o primeiro plantão da equipe. O local é um espaço alugado na Rua Jacob Badalotti. Os recursos? Poucos. Apenas uma F1000 cedida pelo Bombeiro de Indaial. Mas o equipamento mais importante era a vontade e a garra daqueles formados que desejavam salvar vidas. Foi então que apareceu a primeira chamada: Uma pessoa passou mal em uma festa que aconteceu no ginásio de esportes de Ascurra naquela noite. Lá foi a F1000 fazer sua estreia e tudo deu certo.
Aos poucos a frota de veículos foi crescendo com doações das prefeituras e verbas governamentais. O primeiro caminhão de combate a incêndio foi doado pelo governador Esperidião Amin enquanto comandava o estado de Santa Catarina. O governador sensibilizou-se ao ficar sabendo de um incêndio que havia ocorrido em Rodeio. A informação que havia sido passada a ele, era que os bombeiros tentaram apagar o incêndio usando baldes!
No ano de 2007 o bombeiro muda-se para a nova sede que fica na BR 470 no Bairro Estação em Ascurra. O novo local foi adquirido graças a uma espetacular doação de Wander Weege, proprietário da empresa Malwee. Este honrado cidadão sempre apoiador deste tipo de causas.

Perguntamos ao Junior que nos dissesse qual foi o mais marcante atendimento que ele fez enquanto bombeiro. Ele nos disse que todos os atendimentos são importantes. Porém um deles marcou para sempre e jamais será esquecido. E para provar isso ele nos mostrou uma grande tatuagem que fez no seu braço direito. Inclusive outros bombeiros que também estavam naquele atendimento fizeram tatuagem tamanha a importância daquele dia. Trata-se de um acidente com uma menina onde a mesma foi salva. Era o dia 22 de dezembro de 2007. A mãe, a filha criança e um primo estavam a caminho de Rio do Sul para visitar a vovó. Trajeto que faziam com frequência mas como era perto do Natal então trava-se de ocasião especial. A menina Franciele, muito apegada a vovó, sempre levava uma cartinha escrita a mão e pretendia entregar para a avó. A viagem foi interrompida em Apiúna por um dos mais graves acidentes ocorridos no trecho de abrangência dos bombeiros da União.

Uma batalha contra o tempo para salvar aqueles três ocupantes presos nas ferragens. A retirada só foi possível graças a um equipamento recém adquirido pelos bombeiros, que inclusive, estava sendo usado pela primeira vez. A menina foi encaminhada ao hospital em Indaial e durante o trajeto teve várias paradas cardíacas. Junior queria que aquela cartinha toda ensanguentada chegasse para a vovó pelas mãos da menina. A equipe médica já aguardava e fez de tudo para salvar aquela criança. A partir dali começava outra luta da menina. Deus através das mãos dos médicos salvou a menina e ela cresceu, fez primeira comunhão e enxerga a vida de outra forma agora. Aquela cartinha toda ensanguentada certamente foi entregue à vovó que aquela criança tanto amava! Depois de muitos anos voltou até Júnior para agradecer.
E assim os bombeiros voluntários da União seguem na sua importante jornada de trabalho voluntário. Lutando para salvar vidas e também na obtenção dos recursos para a manutenção do projeto. O poder público ajuda com cinquenta por cento dos recursos e os outros cinquenta por cento são mantidos pela comunidade que também abraçou a importante causa. Necessidades financeiras pontuais são obtidas através de pedágios, troco solidário, emendas parlamentares, etc. As entidades como a Família Rotária e outras mais também estão sempre sintonizadas com os bombeiros. Jovens de toda a comunidade sentem-se orgulhosos em ceder um pouco do seu tempo para salvar vidas e assim temos ali a formação de bons cidadãos.
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