Serra do Sellin: do msn ao turismo
Um importante projeto de desenvolvimento pelas prefeituras de Ascurra e Ibirama, pretendeu em 26 de junho de 2004 incentivar o turismo rural entre o bairro Guaricanas e o Sellin em Ibirama. Inicialmente o trecho de estrada da serra havia sido reaberto e alargado para dar condições de trânsito. Posteriormente seria divulgada a potencialidade turística da região.
Do lado ascurrense fica um restaurante famoso e uma Vinícola com um Castelo e centro de eventos. Do lado da cidade de Ibirama, rodas de água, atafonas, cachaça, queijos, etc.
Não podemos esquecer também as belezas naturais da região, principalmente no alto da serra. A cultura local ainda totalmente preservada é sem dúvida outro atrativo. Italianos do lado ascurrense e alemães do lado de Ibirama. A língua portuguesa ficava quase esquecida em toda a região.
A estrada muito antiga, desde a época da colonização, era caminho para chegar ao Alto Vale. Até o ano de 1968, quando foi inaugurada a BR 470, na margem esquerda do rio Itajaí, a estrada era utilizada em grande escala. Depois com a nova rota via BR 470, a comunidade se isolou e foi praticamente esquecida. O movimento econômico despencou e foi base da decadência na região. Não podemos deixar de informar que também, embora muitos não gostem, mas a serra do Sellin foi também muito utilizada pelo MSN (movimento dos sem nota). Caminhões de madeira e outras mercadorias costumavam passar por ali e assim não serem notados pelas autoridades.
A reabertura oficial da estrada deu-se no dia 26.06.2004 com discursos de autoridades das duas cidades. Do lado ascurrense o prefeito municipal da época Aleandro Bastião Dalfovo e do lado de Ibirama o prefeito Ayres Marchetti. No local alto da serra, divisa dos dois municípios, cerca de setenta pessoas comemoravam o grande feito. Italianos do lado de baixo e alemães do lado de cima, aplaudiram empolgados e crentes que o turismo e a poeira aumentariam em breve.
No Sellin encontramos algumas curiosidades. Dois simpáticos senhores, os irmãos Alois e Carlos Hajek, eram descendentes de belgas. Todos estavam surpresos pois ali era reduto de italianos e alemães. Alois, 77 anos e Carlos 80, informaram que seu pai deixou a Bélgica em 1905, onde trabalhava em minas de carvão. Os irmãos, ambos casados pela terceira vez, garantiram que ainda estavam bem-dispostos.
Simpáticos e divertidos, os irmãos cantaram músicas do folclore Belga. Enquanto muitos jovens universitários falavam apenas o português, Alois e Carlos falavam fluentemente quatro idiomas: O belga, utilizado entre os irmãos. O alemão, pois suas esposas atuais eram alemãs e era neste idioma que a família se comunicava. Falavam também o italiano pois possuíam vários vizinhos italianos que não se rendiam nem ao português e nem ao alemão. O português era falado com dificuldade raramente quando aparecia alguém de fora.
Sem dúvida a serra do Sellin além das paisagens naturais e diversidade das etnias, aliadas a hospitalidade caseira daquele povo, traria bons frutos quando o turista descobrisse a região. Atualmente o turismo continua sendo incentivado. Percorrer a estrada, seja de carro ou bicicleta, se tornou um belo passeio por aquela região.
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