Ascurra tem três hinos oficiais e vamos conhecer a história de todos eles. Os primeiros dois hinos foram compostos em 1976 por ocasião do centenário da imigração italiana na cidade. O prefeito na época era o saudoso Eugênio Poffo que organizou a grande festa do centenário.
Para marcar a data a prefeitura pediu a dois padres com raízes ascurrenses que criassem o hino da cidade. A letra foi do padre Hilário Passero e a música do padre Virgineo Fistarol. Ambos estavam na época em Brasília no colégio Salesiano. Eram muito conhecidos da população ascurrense e dela tinham todo o respeito.
Os mesmos compuseram dois hinos onde a prefeitura deveria escolher um deles para ser o hino da cidade. Ocorre que ambos os hinos caíram no gosto da população e do poder público. Então o prefeito Eugênio Poffo resolveu adotar os dois. Um deles seria o hino oficial da cidade e outro o hino do centenário. Ambos eram cantados nas missas e nas escolas para que a população da época tivesse orgulho de ser ascurrense.
HINO DE ASCURRA
Ascurra, que ostentas
Pujante, aguerrida,
Cem anos de vida,
Trabalho e progresso.
Conclama o teu povo,
Nas serras ecoe,
Nos vales robôs,
Teu “Viva” aos pioneiros
Da bela Itália
“Oriundos” zarparam
Riquezas sonharam
E um mundo de paz
Confiantes, traziam
Na humilde bagagem
Vigor e coragem
E fé no Senhor.
Cruel desencanto
Do bugre a bravura.
Agreste a natura,
E a fera brutal.
De suor e lágrimas
A mescla fecunda
O solo inunda
Qual água lustral.
A terra de braços
Robustos tangida
Rendeu-se vencida...
Amiga, floriu.
E fez-te o colono
Tenaz, laborioso,
Recanto mimoso
Do imenso Brasil.
Ascurra, de pé:
Em cantos de glória
Consagra a memória
Dos teus ancestrais.
No chão que plantaram
Indômita cresças,
Viçosa floresças,
Por anos sem fim.
HINO DO CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA
I 1876-1976: a história de todos
Os mares transpondo em quilhas, ansiosos,
Aportam, saudosos, colonos enfim!
Por rios-estradas, por verdes picadas,
Por matas cerradas, alcançam seu fim!
Na terra em fatias, por vales e montes,
Gentis horizontes contemplam afim!
Já a branca fumaça das casas se evola,
Sorriem corolas no tosco jardim!
Fulgura o machado em compasso fremente!
Já nasce a semente; se faz manancial!
Lourejam as messes; há cantos e versos,
Baloiçam nos berços as flores do lar!
Alternam-se a zorra, carreta e carriola!
Há mestres na escola, Salésios no altar!
E o pó das estradas os carros levantam
E os rádios já cantam, já fala o “tellstar”!
II 1976: festa e tensões
Ascurra, seu nome de guerra lembrança
Da meiga bonança mensagens nos traz!
Já flor centenária, decante suas gestas;
Labores e festas, e cantos de paz,
Nos lares floridos sentido de igreja,
Presença que adeja da Mãe de Jesus
Proclamem seus filhos no orgulho contente:
No lindo presente o futuro reluz!
Na senda de tantos avós vanguardeiros,
Fiéis mensageiros guardemos a união!
Nem faltem nos filhos tenções de grandeza
Na humilde certeza de eterno florão!
Que Deus e a Madona e o santo Patrono
Dourados, mil sonhos, concedam plantar!
Bimbalhem nos sinos em tons centenários
Os frêmitos vários de um povo a cantar!
III final e principio
Por tudo o que somos: a Deus celebramos!
E pelos que foram: A prece do altar!
Novel Centenário, que em festa esperamos,
Por nós hoje somos: vem, luz triunfal!
O TERCEIRO HINO
Em 2017 a câmara de vereadores de Ascurra resolve criar um novo hino. A conhecida professora Dircélia de Lourdes Badalotti então escreve a letra. A melodia foi de Paulo Henrique Lira e Décio Fernando Saut.
Na busca de um sonho
Imigrantes visionários
uniram-se aos nativos e
um grande povo nasceu.
Num vale aprazível
de águas cristalinas
cercado por montanhas
lá na bela Serra do Mar.
Povoou o pequeno vale,
regou suas lavouras,
com suor e coragem,
bravura e muito amor.
Oh! Ascurra querida!
Mãe-Terra de todos,
tão justa e verdadeira
com homens de boa vontade.
Ascurra de tantos encantos
que a mão de Deus desenhou.
Teu povo defende com garbo
a sua Terra Natal!
Do alto da montanha te
abraçamos com Deus!
Teu solo responde ao chamado
do homem que em ti deposita
sementes tão variadas
para o seu sustento vital.
Neste chão prestimoso
indústria e o comercio,
cultura e o esporte
avançam com muito vigor.
Teus músicos e poetas,
pintores e escultores,
cantando essa canção
enaltecem o teu brasão.
Ascurra de mil paisagens
me orgulho em pisar no teu chão.
Transforma a água em vinho
e o grão no sagrado pão.
Ascurra, um povo valente
com garra e união
fundou a sua cidade,
sob o céu do Cruzeiro do Sul.
Brava gente vibrante,
cantante e sempre feliz,
hasteia com orgulho
a bandeira da nação.
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