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FATTI & RACCONTI

O TEATRO DO COLÉGIO SÃO PAULO

Retornamos a julho de 2002 e transcrevemos aqui, partes de anúncio do Jornal Adesso. Trata-se de matéria escrita pelo saudoso Padre Décio Bona. Hoje falecido deixa saudades. “Sem dúvida o teatro Domingos Sávio é um patrimônio arquitetônico, cultural, histórico e social não só de Ascurra mas de toda a região do Médio Vale do Itajaí. Gerações e gerações de estudantes e adultos encontraram neste palco, oportunidade de expressar suas ideias, seus sentimentos e sua arte. Naquele palco e plateia a riqueza das mesmas manifestações artísticas, cênicas e solenidades político-sociais, religiosas e festivas”.

“Projetado no início da década de 1950, sendo diretor o Padre Silvio Satler, encontrou a coragem de abnegados Salesianos, entre eles o Padre Simão Majcher, que ao estilo do educador Dom Bosco, atentos às exigências educativas, enxergavam grande. Estes não mediram esforços, para que a região tivesse este espaço indispensável para educação. Com recursos dos Estados Unidos e da Europa, de onde eram provenientes alguns salesianos e com a mão de obra local e o apoio de Ascurra (I nostri noni), foi inaugurado o nosso teatro no dia primeiro de maio de 1955. Na época sendo diretor o Padre Alfredo Bortolini que hoje (2002), trabalha em São Paulo com 83 anos.”

Em 2002 o teatro seguia para seu aniversário de cinquenta anos. “Sua utilização e depreciação natural foram aparecendo. Os cupins foram tomando conta da madeira a ponto de colocar em risco a estrutura do telhado e o teatro teve que ser interditado em seguida. Ou demolir o patrimônio ou reformá-lo totalmente.”

“Ascurra não teria condições financeiras. Nem o Colégio São Paulo, nem a prefeitura e nem o povo. Diante do forte risco de desabamento da estrutura do telhado, comprometida pelos cupins, a nossa inspetoria salesiana de Porto Alegre se propôs para a primeira parte: Fazer um empréstimo ao Colégio São Paulo enquanto não chegassem os recursos esperados através do Mecenato e de outras fontes.”

“Agradecimento ao Padre Marcos Sandrini, então inspetor que esteve sempre à frente desta ideia. Quanto aos outros recursos foram encaminhados projetos e pedidos ao governo federal na certeza de que haveria sensibilidade. Lei do Mecenato: Foi encaminhado pelo Colégio São Paulo, o pedido de credenciamento junto ao Governo Federal. Pela lei do Mecenato era possível conseguir recursos para projetos de Educação e Cultura. (Mecenas=protetor das letras, ciências e artes...) O credenciamento está na reta final. Depois só encontrar Mecenas...)” Os que têm sensibilidade histórica e cultural estarão empenhados na iniciativa de resgatar este patrimônio.”

“Se os salesianos de ontem e a comunidade somaram forças para a construção do teatro Domingos Sávio do Colégio São Paulo, cabe a nós, hoje (2002) usar nossas energias para a sua recuperação. Este empenho trará benefícios culturais e educacionais para Ascurra e toda a região.”

Padre Décio Bona era um apaixonado pela cidade de Ascurra e pelo Colégio São Paulo. O teatro Domingos Sávio foi reformado e reina imponente no centro de Ascurra. Muito utilizado pelo poder público em grandes eventos, pela comunidade, pelo próprio colégio, escolas da região e outras associações.
No início da sua construção foi muito usado para apresentações teatrais. Os mais antigos lembram de atores ascurreneses como Walmor Marchi e José Grava. Recentemente o Grupo Teatral Amigos da Cruz de Pedra também fez muitas apresentações.

Entre os anos de 1959 e 1965 o espaço ali também foi transformado em cinema. Conforme nos conta Norival Hercílio Bona, a responsabilidade do cinema era do Padre Valente. O próprio Norival e mais Joel Zonta, auxiliados por Ordival Trisotto, faziam o cinema funcionar com uma máquina de 16 milímetros. Ordival era alfaiate do Colégio São Paulo, mas nos dias de cinema ajudava Norival e Joel. A cidade toda costumava frequentar e assistir os filmes da época. Joias do cinema com Marcelino Pão e Vinho e filmes de faroeste passavam na telona. Norival nos conta também que o cinema era itinerante. As apresentações também eram feitas nos bairros como Ribeirão São Paulo e Guaricanas. O cinema continuou até 1965 quando era responsável o padre Vítor Frare.

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