O temperamento, ou perfil comportamental, define como cada pessoa pensa, sente e age. Ao analisar o tipo de temperamento que mais condiz com as características, tendências emocionais, humor e personalidade, consegue-se compreender muitas coisas a nosso respeito.

 A origem da palavra temperamento é formada por duas palavras vindas do latim: tempus e mens, que significam tempo e mente, respectivamente.

Quem nunca falou de uma outra pessoa ou de si mesmo “é o meu jeito ou sou assim” ou “ fulano é temperamental”. Fala-se de temperamento de cada pessoa, mas esse temperamento se forma e se mantém de que jeito?

O problema é que nossos pais ou familiares pensam que somos igual a eles. Tentam ao máximo moldar, na tentativa, muitas vezes, inócua de transformar o que eles queriam que fossem (idealização). Muitas pessoas ao passarem por essa pressão familiar cedem para serem amados(as), nos esforçamos o máximo para corresponder às expectativas deles. Nisso nossas verdadeiras forças e aptidões naturais não são reconhecidas e desenvolvidas.

Quando nossos potenciais são destruídos ou não reconhecidos, em vez de serem potencializados e estimulados, todos os aspectos de nossa vida são afetados, primeiramente nosso autoafeto. Não somos nós mesmos. Temos a tendência de se adequar para agradar os outros.

O temperamento é inato e não adquirido, e pode-se observar desde e cedo os potenciais de cada um. A semente já está na criança e só precisa de um solo fértil para se desenvolver. A criança se torna uma buscadora de ideias, conhecimento e experiências, assim como uma semente germina forte dando seus frutos na época certa.

Se nos conhecermos temos uma força interna que nos impulsiona e ajuda a identificar nossos valores. Quando sabemos dos nossos valores compreendemos melhor aquilo que é prioridade e que nos sustenta, coisas irrelevantes e relevantes para nossa vida.

O temperamento também nos ajuda a conhecer nossas potencialidades, das quais formam a autoestima sadia.

Embora mudamos muito no percorrer da nossa vida, o temperamento tende a permanecer imutável.

Existem quatro tipos temperamentais destacáveis nos seres humanos:

Buscadores de segurança: buscam estarem seguros pela necessidade de serem confiáveis e responsáveis em seu grupo social (família, ambiente de trabalho e comunidade).

Buscadores de experiências: buscam pela necessidade de espontaneidade, de acordo com seus impulsos no momento, não só por diversão mais para resolver problemas. Valorizam a liberdade, a ação e a autonomia.

Buscadores de conhecimento: buscam pela necessidade de aperfeiçoar sua base de conhecimento e competências. Valorizam o teórico e os poderes da mente e se empenham em compreender e explicar o mundo a sua volta.   

 Buscadores de ideais: buscam compreender sentimentos profundos dos outros, bem como deles próprios, e de descobrir o que é afinal a vida. Valorizam o uso da intuição e da criatividade para ajudar a si mesmos(as) e aos outros na realização e desenvolvimento dos seus potenciais emocionais e espirituais.     

Outros fatores podem nos caracterizar, se somos expansivos ou extrovertidos, reservados e reflexivos. Podemos no dia a dia mostrar traços temperamentais, todavia, esses quatro traços abordados não nos definem como seres humanos complexos que somos.

 Baron, Renee. Os quatro temperamentos: um guia prático para compreender a si mesmo e as outras pessoas em sua vida. – Campinas, SP: Vênus, 2008.

Filmografia: Beleza oculta – 2016.