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FATTI & RACCONTI

O Primeiro Pároco de Ascurra

O primeiro pároco de Ascurra na verdade era pároco de várias cidades do Vale do Itajaí. Estamos falando do Pe. José Maria Jacobs. Este teve participação importante no início da colonização italiana de Ascurra.

Como nos conta o historiador ascurrense José Escalabrino Finardi, em Colonização Italiana de Ascurra (1976), o Pe. Jacobs era alemão de nascimento (16.05.1832) mas naturalizado americano onde foi ordenado padre em 23.12.1856.

A primeira visita a Ascurra ocorreu em 17.04.1879. O sacerdote inaugurou a segunda capela construída em homenagem a Santo Ambrósio (ao lado da capela provisória). Ali ele batizou a primeira criança ascurrense: Ângela Cechelero, nascida em 07.03.1879.

O Pe. José Maria Jacobs visitava Ascurra regularmente. Tinha um carinho muito especial pela povoação e tornou-se grande amigo de Giovanni Buzzi. Costumava hospedar-se na casa deste. Giovanni era um líder comunitário e residia no Ribeirão São Paulo. Sua casa é preservada até hoje. Como escreve Finardi, o Padre era de gênio severo. Jamais admitia curvar-se senão a vontade de Deus. Era ferrenho monarquista. Não admitia o regime republicano. Criticava as medidas tomadas pelo governo. Conseguiu antipatia pelo sistema dominante. Foi processado três vezes.

No último processo, foi condenado a três meses de prisão. O motivo foi por ter realizado um casamento religioso antes do civil. Ao saber da condenação, o padre resistiu à prisão e refugiou-se em Indaial. Enviou um recado para o amigo Giovanni Buzzi para que viesse buscá-lo.

Desde a madrugada de 13.03.1892, o padre ficou por 17 dias escondido na residência de Buzzi. Protegido por noventa colonos dispostos a liquidar quem quer que tentasse pôr a mão no vigário. No entanto, estes foram dispensados pois chega a notícia de que o padre havia sido absolvido.

Para surpresa da família Buzzi, no dia seguinte, cerca de 150 homens que acompanhavam o oficial de justiça, invadem a propriedade. Sem ter como resistir, o padre segue em direção a Blumenau onde seria preso.

No entanto, quando a caravana chega no Ilse, ainda em território ascurrense, um emissário do Dr. Hercílio Pedro da Luz, agente de terras, veio ao encontro da caravana e pediu que soltasse o padre. O Superior Tribunal de Justiça havia passado a ordem de Habeas- corpus.

Debilitado, o padre José Maria Jacobs viajou para o Rio de Janeiro e faleceu naquela cidade em 01.08.1892. Para o povo de Ascurra, o padre sempre mostrou dedicação e contribuiu para o aprimoramento espiritual e material de nossa população. Em todas as cidades do Vale do Itajaí, encontramos histórias do sacerdote. Blumenau certamente foi a cidade onde ele marcou sua presença da forma mais concreta.

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