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Viver e Conviver

Você é subjugado(a)? Falta de liberdade para ser quem é!

Muitas vezes estamos subjugados (as), quer dizer dominados (as), seja ao controlar sentimentos, não saber dizer “não”, desistir das coisas que gostamos, medo de desagradar ou gerar algum conflito, por profissão ou até mesmo pela cultura e mídia. Perdemos a liberdade de ser quem somos. Muitas vezes as necessidades emocionais deixadas de lado vão desaguar em frustrações (doenças psicossomáticas). A falta de assunção da singularidade faz a pessoa adentrar na normose, buscando ilusoriamente aprovações alheias, advindas do senso comum, na tentativa normótica de evitar o conflito com o outro.

No âmbito da convivência com o outro temos alguns domínios que podem estar em deficiência pelo fato de traumas e defesas que construímos desde criança. Podemos ter os limites prejudicados, tornando-nos subjugados(as). E a necessidade de limites está entre esses domínios. Quando temos dificuldades de estabelecer limites em respeito ao outro, podemos não respeitar nossos limites e as necessidades e sentimentos do outro.     

Muitas vezes a origem deriva dos pais se sacrificarem excessivamente as próprias necessidades e liberdades em favor das crianças, para elas fazerem o que querem. Por isso, seu autovalor e autoestima se torna fragilizada e passa a ficar na mão dos outros. Içami Tiba, médico, psiquiatra, diz “por trás de um sufocado (a) tem um folgado (a) ”. O perigo é ir tornando uma pessoa não autêntica.

Pessoas que se subjugam têm muito medo de sofrerem represálias, ficam receosas em serem abandonadas ao se manifestarem de maneira verdadeira, por isso, deixam que os outros decidirem, muitas vezes obedecendo e aguentando desaforos e explorações insustentáveis a longo tempo. Se mostram queixosas e irritadas, mas não expressam seus reais sentimentos, até explodirem de forma agressiva e se afastam. No começo são pequenas permissões que atravessam a integridade da pessoa, vão anulando as suas necessidades emocionais.

Podemos comparar com um pote de pedras, as pedras são o que vêm dos outros, enquanto a pessoa aceita e abdica com o propósito de não ser rejeitada ou abandonada, demonstra a sua própria falta de respeitabilidade por ela mesma, tais permissões se acumulam, esse acúmulo de intromissões alheias, seria simbolicamente como se o “pote de pedras” acumuladas durante muito tempo, estourasse dentro da vida interna da pessoa (intimidade) muito angustiada e sem nenhuma originalidade. A tolerância com esse comportamento claramente doentio, acaba fazendo a pessoa morrer por dentro (perder seu brilho interior).

Algumas reflexões para serem feitas para si mesma: 1. Penso não ter escolha além de ceder a vontade dos outros? 2. Deixo que os outros me dominarem? 3. Deixo que os outros escolhem por mim? 4. Tenho dificuldade para conseguir que meus sentimentos sejam levados em consideração e os meus direitos respeitados?

Uma técnica para trabalhar com a subjugação é entrar em contato com seu universo íntimo é fazer uma ponte do seu passado para o presente, e perguntar: por que me subjugo? Ao fazer tais reflexões a tendência é a pessoa deixar de ser subjugada e passar a ser dona de suas vontades e necessidades. O autoafeto está atrelado ao que pessoa faz por ela mesma, a partir de uma postura sem perfeccionismo, aceitando as imperfeições.  

Bibliografia: Schutz,Natanna Taynara. Manual de técnicas em terapia do esquema. – Novo Hamburgo : Sinopsys Editora, 2023.

Filmografia: Escritores da Liberdade.

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