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Fatti&Racconti

DIA DE CÃO

Temos certeza que o amigo leitor já teve o seu dia de cão. Trata-se daquele dia que tudo começa errado já de manhã cedo. Por mais que tenhamos nos organizado, tudo dá errado. Um destes dias passou o amigo Zé. O mesmo havia recebido um cheque de um cliente. Uma negociação no verão do ano 2000. A forma de pagamento reinante na época era o cheque. Não tínhamos as facilidades de hoje.

O cheque pertencia ao falecido Banco Besc de uma agência de Blumenau. Zé poderia depositar o mesmo na sua conta.  O problema é que na época a compensação demorava uns dias. O valor era considerável e Zé precisava do dinheiro para seus compromissos financeiros.

Zé resolveu ir de carro pessoalmente até Blumenau e trocar o cheque na boca do caixa. Pegou a BR 470 em uma segunda feira às 14h. Pisou fundo no acelerador para chegar antes do banco fechar. Passando pelo trevo de Indaial, trânsito parado. Dnit trabalhando na pista. Tudo bem se não fosse verão e o carro com ar condicionado estragado.

Depois de meia hora de sofrimento a pista foi liberada. Mais adiante, um acidente próximo a Blumenau. Mais meia hora de espera no calor infernal. O personagem de nossa história já era uma pessoa extremamente estressada. Aquele cheque era a salvação de momento. Trocar o mesmo direto no caixa, era a certeza da confirmação de que haveria fundos.

Às 15h30 Zé estava no centro da cidade de Blumenau. O banco fechava às 16h. Parou o carro quase em frente ao Besc mas teve que sair em seguida. O local exigia o cartão de estacionamento e Zé não tinha um na ocasião. Também não localizou onde comprar. Era normal na época adquirir o ticket de funcionárias da prefeitura. Porém não havia nenhuma por perto. Deixar o carro na rua sem o cartão era multa na certa.

Um giro pelas redondezas e nada de conseguir um estacionamento naquele trânsito infernal de Blumenau. Nem mesmo o estacionamento do banco estava disponível. Zé estava começando a ficar apavorado. O banco ia fechar e ele estava ainda dentro do carro ouvindo xingação: "Só podia ser de Ascurra! Sai da frente” gritavam outros motoristas observando a placa.

O relógio apontava quinze e cinquenta e nove. No desespero, Zé parou em qualquer lugar e saiu correndo. Chegando em frente ao banco, o guarda havia acabado de fechar a porta. Pelo vidro Zé mostrava tudo quanto era documento, exibia o cheque e quase se ajoelhou para sensibilizar o guarda a abrir a porta. Gesticulava dizendo que tinha vindo de longe só para isso. Precisava do dinheiro para uma emergência.

O guarda ficou com pena e abriu a porta. Zé respirou aliviado mas logo assustou-se novamente. A fila do caixa era enorme!. Melhor agora pois estava dentro do banco com ar condicionado. Mais 40 minutos e ficou defronte ao funcionário que iria atendê-lo. Enquanto o caixa analisava o cheque, Zé contava seu drama para chegar a tempo.

O caixa, obedecendo as instruções do banco, pediu documento de identidade e prontamente Zé forneceu. Como o cheque estava nominal à empresa de Zé, o caixa pediu também o contrato social da empresa. Trata-se de documento obrigatório para comprovação de propriedade da empresa.

Este documento não tinha. Nem passou pela cabeça que precisava trazer. Em Ascurra era conhecido e os bancos não pediam comprovação de propriedade da empresa. Porém em Blumenau precisava do contrato. Tentou explicar que era sócio na empresa e nada do caixa aceitar. Tentou argumentar com o gerente mas o mesmo nem conversa quis.

Zé voltou para o carro indignado. Perdeu tempo por nada e ficou mais enfurecido ainda quando viu a multa no para brisa do carro. Todos têm o seu dia de cão. Aquele foi o do Zé.

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